quarta-feira, 2 de junho de 2010

Plantas medicinais contra o tabaco

Todos os dias passam pelos nossos pulmões cerca de mil litros de ar, o qual, normalmente, nas grandes cidades, contém fumaça, micróbios e partículas poluentes em suspensão.  Os brônquios dispõem de um mecanismo de limpeza que prende e arrasta para o exterior as partículas contaminantes e germes que entram com o ar. Em condições normais,  esse mecanismo é suficiente para manter os brônquios limpos. No entanto, pela ação do tabaco,  e de outras fumaças ou substâncias irritantes, de determinados germes patogênicos ou de maus hábitos respiratórios, o mecanismo de limpeza deixa de funcionar corretamente, produzindo-se a bronquite.

Todos os órgãos respiratórios são bastante beneficiados pelo emprego das plantas medicinais. A ação destas não se limita a neutralizar os sintomas da doença, mas exercem uma autêntica ação de limpeza do excesso de muco depositado no interior dos canais respiratórios. Além disso, algumas plantas como a Capuchinha ou o Tomilho, também contém substâncias antibióticas, que impedem a proliferação bacteriana na mucosidade retida.
Desse modo, as plantas medicinais podem então atuar, restabelecendo o bom funcionamento da mucosa bronquial, mas com a condição óbvia de que desapareça o fator causador da perturbação. De pouco serviria aplicar os melhores tratamentos fitoterápicos -  ou de outro tipo - continuando por outro lado a fumar ou a respirar ar poluído. Essa semana, ainda acompanhando o Dia Mundial sem Tabaco,  vamos nos deter sobre o efeito das plantas medicinais sobre o aparelho respiratório.

PLANTAS PEITORAIS
atuam favoravelmente sobre as afecções do aparelho respiratório em geral. Todas as plantas que têem propriedades antitussígenas, broncodilatadoras, balsâmicas e expectorantes.

Chá-de-Nova-Jersey - é usado desde os tempos antigos pelos índios da América do Norte. Durante a guerra da independência dos EUA, utilizavam-se as suas folhas em substituição ao chá. A casca da raiz contém ceanotina (alcalóide), taninos, resina  e um óleo essencial. Aplicado localmente em forma de gargarejo e bochechos contra a faringite, amigdalite e aftas. Combate catarros e tosses, bronquite asmática.



Cebola - Os antigos caldeus, egípcios, gregos e romanos, conheciam e utilizavam a cebola como planta medicinal. O xarope da cebola é muito útil contra as afecções respiratórias. Prepara-se cozinhando várias cebolas cortadas em rodelas com um pouco de água e bastante mel ou açúcar (mascavo). Formar uma pasta homogênea e tomar às colheradas.

Cedraca - Mencionada por Dioscórides no século I d.C., com o nome scolopendrio, devido a sua semelhança com uma lacraia, é utilizada há muito tempo, embora não seja uma planta que se distinga por suas propriedades a ser útil na atualidade. Contém taninos e ácidos orgânicos, combatendo as tosses das bronquites agudas e catarros brônquicos. Toma-se até 5 xícaras por dia para combater afecções bronco-pulmonares toma-se bem quente e adoçada com mel.


Líquem-da-Islândia - Os líquens que não dispõem de folhas nem raízes são um pequeno exemplo de sobrevivência. Os lapões do norte da Escandinávia utilizam este líquem desde muitíssimo tempo. O grande botânico sueco Lineu já o recomendava como medicinal no século XVIII. Essa planta contém ácido cetrárico de forte sabor amargo, que o torna aperitivo e picante; grande quantidade de mucilagem que explica sua ação suavizante e antibióticos como o ácido úsnico, que se mostraram ativos in vitro contra microbactérias responsáveis pela tuberculose. Combate a bronquite, resfriados, asma, traqueíte e laringite. A decocção do líquem-da-Islândia é muito rica em mucilagens de ação expectorante.

Papoula - Papaver rhoeas L - Os gregos e romanos já a comiam em saladas, costume mantido em algumas zonas do Mediterráneo, como a Catalunha. A papoula pertence ao gênero botânico Papaver, como a dormideira produtora do ópio. Contém quatro alcalóides de ação semelhante à morfina do ópio, mas sem os seus efeitos indesejáveis. Por isso, tem sido chamada "o ópio inofensivo da farmácia familiar". Suas pétalas e os seus frutos ou cápsulas, têm ação sedativa, soporífera e antitussígena suave e segura.

Cana-de-Açúcar - Originária do sudoeste asiático, os àrabes estenderam seu cultivo pelo mediterrâneo e os portugueses e espanhóis trouxeram-na para a América no século XVI. Dela se obtém o açúcar de cana e o melaço, que é o resíduo, em forma de xarope que sobra depois de separar o açúcar cristalizado do suco da cana. O suco da cana-de-açúcar e a decocção de sua polpa tem propriedades peitorais, além de tonificantes. Seu emprego beneficia os que sofrem de catarros bronquiais, bronquites crônica e asmática.

Erva-Gato - Tem propriedades antiespasmódicas, antidiarréicas, carminativas e peitorais. Combate diarréias e cólicas que as acompanham. É indicada também no caso de catarro brônquico e na eliminação de gases intestinais. O chá desta planta (nepeta cataria L.) lembra o hortelã-pienta, embora seja menos aromático.

Rabanete e Rábano - Muito apreciados nos países mediterrâneos como condimento para saladas, em alguns lugares, não só se come a raiz mas também as folhas, que têm um agradável sabor picante. O rábano é uma variedade do rabanete comum, caracterizada pela cor escura da raiz, que é muito empregada em fitoterapia. Contém um glicosídeo sulfurado que se transforma em rafanol, substância a que se devem suas propriedades antibióticas, peitorais, colagogas e coleréticas. É mucolítico (amolece a mucosidade), expectorante e antibiótico, sendo muito indicado em catarros bronquicos, bronquites e laringites, e, de modo especial, nas sinusites - cru em saladas ou o seu suco fresco - tratando-se de um valioso remédio auxiliar nos tratamentos de desintoxicação do tabaco.



PLANTAS EXPECTORANTES
Facilitam a expulsão das secreções mucosas da traquéia  e dos brônquios, atuando na diminuição da viscosidade do muco, que, mais fluído, se elimina com maior facilidade. As seguintes plantas expectorantes limpam os bronquios e acalmam a tosse: Saramago - Alho - Girassol - Cipetre - Agrião - Abeto-branco - Avenca - Cebola - Antenária - Raiz-de-Pleuriz - Liquem-da-Islândia - Alga-perlada - Eucalipto - Galeopse - Hera-terrestre - Grindélia - Hissopo - Ênula - Lirio-Germânico - Marroio - Papoula - Petasite - Lingua-cervina - Pinheiro-marítimo - Tanchagem - Primavera - Cerejeira-da-Virgínia - Pulmonária - Saponária - Mastruço-do-Brejo - Teixo - Serpão

PLANTAS ANTITUSSÍGENAS
Chá-de-Nova-Jersey - Saramago - Antenária - Cedraca - Alga-perlada - Tanchagem - Primavera - Trevo-dos-prados - Verbasco - Violeta - Polipódio

PLANTAS BALSÂMICAS
contém substâncias balsâmicas (mistura de resinas, essências e óleos) de ação suavizante sobre o aparelho respiratorio. São elas: Alfazema - Cipreste - Abeto-Abeto - Caimito - Eucalipto - Guaiaco - Pinheiro-Marítimo - Manjerona - Segurelha - Copaíba - Hepericão - Fisalis - Choupo-negro - Tomilho

PLANTAS MUCOLÍTICAS
Dissolvem o muco, tornando-o mais fluído, sendo mais fácil de expulsar. As plantas expectorantes também exercem ação mucolítica. Algumas delas são: Galeopse - Hissopo - Pimpinela-grossa - Primavera - Capuchinha (chagas)

Tese de doutorado apresentada na USP revela que poluição atmosférica, além de atingir duramente o aparelho respiratório, faz mal para o coração. Estudo mostra que partículas poluentes engrossam placas de gordura nas artérias
Paloma Oliveto
Além dos males provocados no aparelho respiratório, o ar poluído faz mal para o coração. Uma pesquisa inédita da Universidade de São Paulo (USP) conseguiu provar, pela primeira vez, que as partículas de gases poluentes, como os emitidos pelos carros, aumentam as placas de gordura nos vasos sanguíneos, causando o entupimento das artérias. O acúmulo de gordura é responsável por problemas como enfartos e acidentes vasculares cerebrais.

O resultado da tese de doutorado da biomédica Sandra Regina Castro Soares foi destaque neste mês da publicação especializada internacional Atherosclerosis. Embora pesquisas epidemiológicas já tenham relacionado a poluição a doenças cardiovasculares, nenhuma havia provado, em laboratório, que as partículas tóxicas agem no organismo a ponto de formar placas de gordura nos vasos. Para chegar a essa conclusão, Sandra expôs camundongos ao ar respirado na capital paulista, a 10m de distância de duas ruas bastante movimentadas. “O interessante é que trabalhos anteriores eram feitos com concentradores de poluição. Na tese da Sandra, os camundongos inalaram o mesmo ar que nós respiramos”, diz a pesquisadora da USP Maria Lucia Garcia, que orientou a tese de doutorado. Ela lembra que, assim como os humanos, os animais usados no estudo respiram pelo nariz e pela boca, o que torna o modelo bastante viável como exemplo.

Matéria na íntegra no link http://www.96fmarapiraca.com.br/v2/verNoticia.php?Editoria=Saude&noticia=6830

Fonte: Enc. Plantas

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